Abaixo estou colocando integralmente o capítulo 15 de Testemunhos Seletos v. VI, páginas 120-123, de autoria de Ellen G. White. Quero deixar o texto
falar por si mesmo, pois são conselhos poderosos e inspirados. Destacarei os trechos que gostaria de
reforçar, pois podem (e devem) servir como guia de como nos portarmos neste mundo cada vez mais polarizado e extremista.
Este conselho é especificamente para
aqueles que são Adventistas do Sétimo Dia, no entanto acredito que podem servir
para Cristãos de maneira geral.
Estou postando este texto porque estou bastante preocupado, entristecido e até envergonhado, não necessariamente com o conteúdo (apesar do mesmo,
em vários casos, também me preocupar bastante), mas, sim, com o tom em que várias
opiniões são comunicadas. Considero a forma adotada por alguns muitas vezes inapropriada para aqueles que se consideram Cristãos. O
conhecimento unilateral e o despreparo, tanto bíblico como espiritual, podem ser o
maior testemunho contra uma religião bíblica.
Reavivamento e reforma se
manifesta tanto no conteúdo como na forma. Um sem o outro não é somente
incompleto - é nocivo!
Pietà, Signore!
Capítulo 15 — Enfrentando oposição
Nossos pastores
e professores têm de representar o amor de Deus para com o mundo caído. Que a
palavra da verdade seja proferida com o coração abrandado pela ternura. Os que
se acham em erro sejam tratados com a benignidade de Cristo. Se aqueles por
quem estão trabalhando não aceitam imediatamente a verdade, não devem ser
censurados, nem criticados nem condenados. Lembrem-se de representar, em todo o
tempo, a Cristo em Sua mansidão, benignidade e amor. {T6
120.1}
Devemos esperar incredulidade e
oposição. A verdade sempre teve de enfrentar esses elementos. Mas, embora tendo
de fazer face à mais intensa oposição, não se deve acusar os adversários. Eles
podem pensar, como fez Paulo, que estão prestando um serviço a Deus; e com tais
pessoas devemos manifestar paciência, mansidão e longanimidade. {T6 120.2}
Não vamos ficar magoados porque
temos duras provas a sofrer, sérias lutas a suportar na apresentação de uma
verdade impopular. Pensemos em Jesus e no que Ele sofreu por nós, e calemo-nos.
Mesmo quando maltratados e falsamente acusados, não nos queixemos; não falemos
palavras de murmuração; não demos lugar em nosso espírito a pensamentos de
censura ou descontentamento. Prossigamos em linha reta, “tendo o vosso viver
honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de
malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em
vós observem”. 1 Pedro 2:12. {T6
120.3}
“E, finalmente, sede todos de um
mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente
misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria;
antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para
que, por herança, alcanceis a bênção. Porque quem quer amar a vida e ver os
dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;
aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor
estão sobre os justos, e os seus ouvidos,atentos às suas orações; mas o rosto
do Senhor é contra os que fazem males. E qual é aquele que vos fará mal, se
fordes zelosos do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois
bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes,
santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados
para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da
esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que
falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do
vosso bom procedimento em Cristo.” 1 Pedro
3:8-16.{T6
120.4}
Devemos nos conduzir com mansidão
para com os que se acham em erro; pois nós mesmos estávamos, até pouco tempo,
cegos em nossos pecados! Não deveríamos, em face da paciência de Cristo para
conosco, ser brandos e pacientes para com os outros? Deus nos tem dado muitas
advertências para manifestarmos grande bondade para com os que se nos opõem;
tenhamos cuidado para não influenciarmos uma alma na direção errada. {T6 121.1}
Nossa vida tem
de estar escondida com Cristo em Deus. Precisamos conhecer a Cristo
individualmente. Só então poderemos representá-Lo devidamente perante o mundo. Que seja esta a nossa constante prece: “Senhor, ensina-me a agir
sempre como Jesus agiria em meu lugar.” Onde quer que estejamos, devemos fazer
brilhar a nossa luz para a glória de Deus em boas obras. Esse é o grande,
importante interesse de nossa vida. {T6 121.2}
O Senhor deseja
que Seu povo siga outros métodos que não os que levam a condenar o erro, mesmo
que a condenação seja justa. Ele quer que façamos alguma coisa melhor do que
atirar contra nossos adversários acusações que só servem para mais os afastar
da verdade. A obra que Cristo veio fazer em nosso mundo, não foi erguer
barreiras, nem lançar constantemente no rosto do povo o fato de que se achavam
em erro. {T6 121.3}
Aquele que
espera esclarecer um povo iludido, deve-se aproximar dele, e por ele trabalhar
com amor. Essa pessoa deve tornar-se um centro de santa influência. {T6
122.1}
Na defesa da
verdade, devem-se tratar os mais cruéis adversários com respeito e deferência.
Alguns não hão de corresponder aos nossos esforços, mas menosprezarão o convite
do evangelho. Outros, mesmo os que supomos haverem passado dos limites da
misericórdia de Deus, serão ganhos para Cristo. A última obra no conflito
talvez seja a iluminação dos que não rejeitaram a luz e a evidência, mas que se
têm encontrado em densas trevas, e, em ignorância, têm trabalhado contra a
verdade. Portanto, tratemos a todo homem como sendo sincero. Não pronunciemos
uma palavra, nem pratiquemos uma ação que venha a confirmar alguém na
incredulidade. {T6 122.2}
Se alguém
procurar arrastar os obreiros para discussões ou debates sobre política ou
outras questões, não demos atenção, seja à persuasão, seja ao desafio. Levemos
avante a obra de Deus com firmeza e vigor, mas, na mansidão de Cristo, e tão
discretamente quanto possível. Nenhuma ostentação humana se faça ouvir. Não se
faça notar nenhum indício de presunção. Seja manifesto que Deus nos chamou para
lidar com sagradas verdades; preguemos a palavra, sejamos diligentes, sinceros,
fervorosos. {T6 122.3}
A influência de
nosso ensino seria dez vezes maior, se tivéssemos cuidado com as nossas
palavras. As palavras que devem ser um cheiro de vida para vida, podem, em
virtude do espírito que as acompanha, tornar-se um cheiro de morte para morte.
E, lembremo-nos de que, se por nosso espírito ou palavras, fecharmos a porta a
uma alma que seja, essa alma nos há de enfrentar no juízo. {T6
122.4}
Quando nos
referimos aos Testemunhos, não
julguemos ser nosso dever fazê-lo de maneira autoritária. Ao lê-los, não
devemos introduzir ali expressões nossas; pois isso tornaria impossível
aos ouvintes distinguir entre a palavra do Senhor a eles dirigida, e as nossas
palavras. Tenhamos cautela para não tornar ofensiva a palavra do Senhor. {T6
122.5}
Almejamos ver
reformas; e porque não vemos aquilo que desejamos, permitimos muitas vezes que
um mau espírito acrescente gotas de fel em nosso cálice, e assim outros sejam
amargurados. Em razão de nossas palavras inadequadas, seu espírito se irrita, e
são levados à rebelião. {T6 123.1}
Todo sermão que
pregamos, todo artigo que escrevemos, pode ser inteiramente verdadeiro; mas se
contiver uma gota de fel será veneno para o ouvinte ou o leitor. Por causa
dessa gota de veneno, alguém irá rejeitar todas as nossas boas e aceitáveis
palavras. Outro pode acolher o veneno; pois gosta de palavras duras.
Seguramente vai seguir o nosso exemplo e falar da mesma maneira. E assim o mal
é multiplicado. {T6 123.2}
Aqueles que apresentam os eternos
princípios da verdade necessitam do santo óleo que escorre dos ramos das duas
oliveiras para o coração. Esse óleo exalará em palavras que transformarão, sem
exasperar. A verdade deve ser dita com amor. Então, o Senhor Jesus, por Seu
Espírito, proporcionará a força e o poder. Essa é a Sua obra. {T6 123.3}
Coloque-se na divina corrente, onde
você irá receber inspiração celestial, o que é um privilégio. Aponte
então Jesus, a fonte de toda força espiritual, ao cansado, ao sobrecarregado,
ao de coração partido, à alma perplexa. Seja um fiel obreiro para exaltar os
louvores dAquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Conte,
usando a pena e a voz, que Jesus vive para interceder por todos nós. {T6 123.4}